quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A JOVEM CORCUNDA



Um jovem do Cujupe, muito tímido, mas com certa quantia no bolso, fruto de uma boa caeira, retirada com a preciosa ajuda de Pedro Leitão, contratou os serviços de um agente para se casar, nos idos de 1960. Dizia que, até então, não tinha pensado em matrimônio, “mas já era hora, não?” 
No dia aprazado, João Feliciano (era esse o nome do cidadão) embarcou numa canoa até São Luís, onde encontrou o agente. Foram apressadamente à casa da noiva, ávido que estava o agricultor para ver sua futura mulher.. 

Ao conhecer a família da noiva, no Goiabal, o encanto finou-se. Reclamou ao contratante:

O NOIVO —  Não gostei nem um pingo da sogra. Que mulher mais antipática! 
O AGENTE — Você não vai se casar com ela, vai? Quem você quer é a filha dela. Então?! 

O NOIVO — Sim, mas você tinha me dito que ela era jovem e bonita. Tô vendo que ela não é tão nova assim e nem bonita. 

O AGENTE — Não importa. Veja, meu amigo, se ela fosse bonita, você seria escorneado facilmente, não é verdade? De modo que, ela sendo feia, você não corre esse perigo. 

O NOIVO — Se pelo menos ela tivesse dinheiro... 

O AGENTE — Você vai se casar com o dinheiro ou com uma mulher? 

O NOIVO (Ao observar a noiva atentamente.) Ei, ela tem uma corcunda nas costas! 
O AGENTE — Bem, o que você quer mais? Não podia ela ter um único defeito? Assim já é querer demais.

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