Um jovem do Cujupe, muito tímido, mas com certa
quantia no bolso, fruto de uma boa caeira, retirada com a preciosa ajuda de Pedro Leitão, contratou os
serviços de um agente para se casar, nos idos de 1960. Dizia que, até então, não tinha pensado em
matrimônio, “mas já era hora, não?”
No dia aprazado, João Feliciano (era esse o nome do cidadão) embarcou numa
canoa até São Luís, onde encontrou o agente. Foram apressadamente à casa da
noiva, ávido que estava o agricultor para ver sua futura mulher..
Ao conhecer a família da noiva, no Goiabal, o encanto finou-se. Reclamou ao
contratante:
O NOIVO —
Não gostei nem um pingo da sogra. Que mulher mais antipática!
O AGENTE — Você não vai se casar com ela, vai? Quem você quer é a filha dela.
Então?!
O NOIVO — Sim, mas você tinha me dito que ela era jovem e bonita. Tô vendo que
ela não é tão nova assim e nem bonita.
O AGENTE — Não importa. Veja, meu amigo, se ela fosse bonita, você seria
escorneado facilmente, não é verdade? De modo que, ela sendo feia, você não corre
esse perigo.
O NOIVO — Se pelo menos ela tivesse dinheiro...
O AGENTE — Você vai se casar com o dinheiro ou com uma mulher?
O NOIVO (Ao observar a noiva atentamente.) Ei, ela tem uma corcunda nas costas!
O AGENTE — Bem, o que você quer mais? Não podia ela ter um único defeito? Assim
já é querer demais.