quarta-feira, 8 de maio de 2019

A cachaça e o caranguejo

Em um adorável mês de maio, por volta do ano de 2009, o casarão do Cujupe encontrava-se cheio dos Cavalcantes. Lembro-me como se fosse ontem, um Classic preto entrando pela gigante porteira, porém só um lado do portão estava aberto. A tampa da mala já vinha aberta com um enorme som troando e a buzina papocando. O motorista do carro tomou dois copos de café fresco feito pela adorável Rosinha e se atirou a beber cerveja. Por volta das 9:30 da manhã, optaram por ter caranguejo no almoço.
Pauleta e Quicão se aprumaram com cofos. O dono do carro preto e seu sobrinho da sobrancelha grossa foram a cozinha, pegaram uma garrafa de aguardente original de 51 e se dispuseram a encher dois pequenos frascos com esse elixir. Puseram uma das garrafas em um cofo e a outra, os quatro companheiros já foram entornando por uma trilha suja que até hoje passa pelo cajueiro azedinho em direção ao guariba.
Caranguejo estava bobando por causa de uma torrencial chuva que houvera na noite anterior. Rapidamente encheu-se os dois cofos, porém foi perceptível pelo tio e sobrinho que o almoço fora pegado mais rápido que a finalização do primeiro frasco do poderoso remédio. Começaram, todos os quatro, a colocar as mãos dentro do cofo. Os crustáceos beliscaram todos. Então, os quatro personagens se entreolharam e, sem dizer uma única palavra, foi chegado a um veredito. Fez-se um tipo de barreira, modelada pelas mãos de Pauleta, e soltaram todos os caranguejos. Voltou-se com cofo e meio neste dia e muita história para contar.

Um comentário:

  1. Um quarteto e muitas histórias para lembrar. Histórias que passarão de pais, tios, sobrinhos e netos por décadas.
    Sítio do Itapéua e suas "lorotas" históricas reais ou reais históricas. Jamais saberemos!

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