sábado, 5 de novembro de 2016

Árvores do Cujupe: Buritizeira


Buritizeira é uma palmeira alta que produz o buriti. Seu nome provém do Tupi, incorporada à língua portuguesa.
Seu fruto, além de rico em vitamina A, B e C, ainda fornece cálcio, ferro e proteínas. Consumido tradicionalmente ao natural, o fruto do buriti também pode ser transformado em doces, sucos, picolé, licor, vinho, sobremesas de paladar peculiar.
Manoel Cavalcante (1881-1948) costumava tomar o famoso vinho de buriti em pratos fundos, acompanhado de farinha seca.

Seu neto, Orlando Cavalcante, tem um verdadeiro fascínio por essa palmeira. Por isso, tem sido um dos mais ferrenhos defensores do seu plantio.

Palavras e Expressões do Cujupe

À GAGAU

Esta expressão significa que algo está desorganizado, desordenado, sem nenhum tipo de arrumação. 

Exemplo: Curica deixou as espigas de milho à gagau na cozinha.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Brincadeiras BOM BARQUINHO


 
 
Bom Barquinho é (ou talvez tenha sido) umas das cantigas de rodas mais populares de todo o Nordeste do Brasil. Muito praticada pelas crianças do Cujupe, sobretudo até os anos 80. Consiste em colocar as duas crianças maiores frente à frente, de mãos dadas e levantadas e um grupo de crianças (o restante) uma atrás da outra. À medida que elas vão passando entre as duas que estão com as mãos levantadas, vão sendo presas. Daí é só escolher de que lado ficar. Ao final, vão disputar um cabo de guerra, sem cordas, cada criança segurança na cintura da outra.

Eis a letra:


Bom barquinho, bom barquinho
Deixarás passar
Carregados de filhinhos
Para Jesus cuidar

Eu peço, meu bom barquinho
Licença para passar
Que eu tenho muitos filhinhos
Não posso mais demorar

Passarás, passarás
Que algum deles há de ficar
Se não for o da frente
Há de ser o detrás

Bom barquinho, bom barquinho
Deixarás passar
Carregados de filhinhos
Para Jesus cuidar

Eu peço, meu bom barquinho
Licença para passar
Que eu tenho muitos filhinhos
Não posso mais demorar

Passarás, passarás
Que algum deles há de ficar
Se não for o da frente
Há de ser o detrás


Palavras e Expressões do Cujupe


À FULOTE
Expressão que significa em grande quantidade, em excesso.

Exemplo: Quinca disse que tinha manga à fulote debaixo do mangueiral do Itapeua.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Árvores do Cujupe: Tuncunzeiro


Tucunzeiro, que produz o tucum (Bactris setosa), é uma palmeira que cresce formando touceiras densas. Atinge de 10 a 12 metros de altura. Tem caules coberto por espinhos, muito ornamental. Seus frutos são esféricos, com cerca de 2 centímetros de diâmetro. Quando muito verdes, esses frutos (tucuns) contêm apenas água. Com o tempo, criam uma polpa muito nutritiva e saborosa. Quando amadurecem, ficam extremamente duros e só podem ser consumidos por roedores. São produzidos em cachos.

Alguns moradores do Cujupe, nos idos de 80 e 90, tentaram de todas as formas acabar com essa árvore, mas, felizmente, a natureza foi mais forte, e, hoje, os tucunzeiros estão por toda a parte, para felicidade dos animais e dos moradores que consomem o seu fruto.

Lendas do Cujupe: Refastolo


Um dos mitos mais temidos de todos os tempos no Cujupe é o Refastolo. Trata-se de uma criatura mística que aparece aos passantes repentinamente quando estes estão sozinhos andando em caminhos distantes e rodeados pela mata fechada, sem casas por perto.
Quando o indivíduo percebe sua presença, a situação fica tenebrosa: o “animal” se assemelha a um gato doméstico, não provocando nenhum tipo de receio. Mas em seguida, ao adentrar novamente o mato, ele se transforma numa criatura semelhante a um cachorro. E assim, à medida que ele (o Refastolo) entra e sai sucessivas vezes da mata, seu tamanho e sua aparência tornam-se mais gigantes e grotescos.
Quando chega ao tamanho de um boi, o Refastolo mata o pobre passante, não dando possibilidade de defesa, nem deixa marcas de sua presença.
Por isso, é uma das lendas mais aterrorizantes relembradas pelos moradores mais velhos da região.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Anedotário

O comandante de um batalhão da polícia militar, nos idos de 50, ao cruzar a Rua Grande vindo da Deodoro pela Rua do Passeio, teve o seu carro parado pelo guarda Sinhuca, que, mesmo sabendo de quem se tratava, mandou o militar frear para um bêbado atravessar, justificando depois ao chefe: “não o reconheci, pois pau se conhece pela casca; e um homem, pela farda”.